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domingo, 12 de junho de 2011

Happy Birthday

O dia 10 de junho é o mais importante da minha vida, afinal, no ano de 1988 nesta data foi quando vim ao mundo. Por isso acho que é um dia para ser celebrado com a minha família e todos os meus amigos. Eu faço questão de sempre avisar as pessoas com quem convivo que o meu aniversário está chegando, pois odeio quando alguém esquece de me dar os parabéns. Esse ano o meu 10 de junho estava ainda mais carregado desses sentimentos, pois estou longe dos meus amigos e da minha família. 

Acordei por volta das 5h30 da manhã com a minha host mãe conversando com alguém do lado de fora do quarto - ela sempre acorda cedo e organiza algumas coisas em casa antes de ir para o trabalho. Olhei no celular e vi que já era meu aniversário sim, mas não era, definitivamente, hora de levantar. Consegui pegar no sono de novo e logo acordei às 7h para me preparar para mais um dia de trabalho no camp - com o adendo se ser o meu aniversário. 

Não encontrei ninguém em casa quando saí do meu quarto. Fui até a cozinha, preparei meu café e liguei para a minha avó no Brasil, pois, para a minha felicidade, ela faz aniversário no mesmo dia que eu. A minha carona chegou e nem mesmo falou parabéns, achei estranho pois desde o início da semana eu comentara que na sexta seria o meu aniversário, enfim...

Foi só quando cheguei ao camp que minha co-counselor e amiga, Loyda, me deu os parabéns. Abri o maior sorriso e disse pra ela que ela tinha sido a primeira pessoa a me cumprimentar. Uma das minhas crianças também me deu parabéns e isso foi motivo para outro grande sorriso no meu dia. Durante a cerimônia de abertura do camp a minha host mãe e chefe falou para os campers que era o meu aniversário e de uma outra counselor. Todos, então, cantaram parabéns para nós duas. Achei estranho sem palmas, sem gritinhos no final, sem com quem será, mas enfim...foi especial também. 

O dia correu normalmente no camp - leia-se muitas crianças brigando, chorando, desobedecendo, conversando na hora errada, counselor sem saber o que fazer, schedule todo defasado e o calor escaldante do Texas - embora eu tenha ficado com um grupo diferente logo no dia do meu aniversário. Não sei se o pessoal achou que fosse um presente, mas no lugar das minhas oito garotas de seis anos fiquei com dezessete garotos de sete a oito anos. Uma loucura completa. Tive uma co-counselor o que, teoricamente, facilitou as coisas. 

Estava praticamente sem voz por causa de tanta cantoria e de chamar a atenção dos campers. Às sextas-feiras em Fort Bend a gente tem uma programação especial com os campers, eles apresentam as coreografias que aprenderam ao longo da semana - que neste caso foram danças típicas do México, China e Jamaica  - e, em seguida, tivemos um snack com pratos típicos desses países também. Àquela altura, considerei que aquele seria o meu momento, a minha celebração de aniversário e que já estaria de bom tamanho. 

Fim do camp. Chequei que havia recebido uma mensagem da minha mãe no meu celular, de uma das ICCP's aqui em Houston, a Nathália Lage, e ainda do meu host irmão me dando detalhes sobre a minha programação para a noite do meu aniversário. Iríamos sair para jantar com uns amigos dele e depois iríamos para um club. Adorei a programação e logo combinei com a Nata sobre a possibilidade dela vir para a minha casa e comemorar comigo. A mão divina é tão certeira que descobrimos que ela mora perto de mim e foi superfácil para ela chegar onde moro. 


O combinado era sairmos às 8 pm, mas só conseguimos mesmo sair de casa às 8h30 pm. Nesse meio tempo conversei com a minha great grandmother Bia Alves, que é ex-ICCP e namorada do meu irmão. Ela me deu parabéns e aconselhou-me aproveitar tudo por aqui, já que eu tenho mais de 21 anos. Na verdade, agora já são 23. 


No caminho para o restaurante minha família me ligou e fez a tradicional homenagem de cantar as músicas da seresta e o Parabéns Pra Você. Tudo isso, direto da casa da minha vó, com direito a acompanhamento de várias vozes do grupo de seresta de  Capelinha. Falei com umas dez pessoas ao telefone, todos me desejando parabéns e votos de felicidade. ( e eu, confesso que estava preocupada era com o custo da ligação para a minha avó). 

Chegamos ao BJ's restaurante. A fila de espera era grande na entrada, mas meu irmão foi logo entrando e já se dirigindo a uma mesa. Pensei: "ah...os amigos dele já devem estar aqui". Para a minha imensa surpresa todo o staff estava reunido numa mesa com a minha host mãe. Eles cantaram Happy Birthday e eu não me contive de alegria! Não fazia ideia de nada daquilo.
 Alegria: Minha host mãe e meu irmão.
O staff, minha família e a minha amiga brasileira, Nata.
 
Ganhei um cartão superfofo de uma co-worker e ainda dois balões decorando a mesa. Tudo lindo! Um sonho, como nos filmes. Agradeci diversas vezes pela homenagem, pelo carinho e consideração. Minha mãe perguntou o que eu queria beber e não resisti, pedi uma cerveja gelada. Poxa! É meu aniversário!


Depois, todos fizeram o pedido do jantar e para encerrar o garçom trouxe um bolinho com sorvete e uma vela e todos cantaram, novamente, Happy Birthday pra mim. =)
O pessoal começou a ir embora e então, eu, a Nata e o meu irmão fomos para a próxima parada da comemoração do meu aniversário: Manor. 
 Diversão: Eu, Nata, meu irmão e os amigos dele.


O club fica na Washinton Street que é uma rua famosa pelos bares e boates mais badalados de Houston e fica bem próxima ao centro da cidade. O lugar é muito bonito. O estilo musical era salsa, mas eu e a Nata identificamos vários estilos brasileiros - de forró a Calypso e até Ivete Sangalo. Me diverti horrores, meu Deus!


Nesse club estavam três outros amigos do meu irmão. Eles são legais, um deles foi ao Brasil há alguns anos e ficava o tempo todo conversando em português conosco. Ele até que fala bem, pois na verdade a língua nativa dele é o espanhol, então ele tem uma desenvoltura muito boa no português. 


2h é o horário oficial de ir embora para casa nos EUA, pelo menos se você quiser manter a legalidade, já que todos os bares fecham nesse horário e os poucos que ainda ficam abertos não podem mais vender bebida alcóolica depois desse horário. Viemos pra casa conversando, na verdade, mais a Nata e o meu irmão conversando do que eu, que estava morta de sono. 


Chegamos em casa e a felicidade não cabia em mim. Tive, com toda a certeza, um aniversário inesquecível - e em versão legendada.

Um comentário:

  1. Nossa que dia agitado, bacana Ana, você merece. Sensacional o final " em versão legendada"...haha

    Bjo

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